quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Questão Habitação e Assentamentos Humanos


Habitamos um espaço de diversas formas, conforme a situação e disposição em que nos encontramos, nosso modo de ser, ver e de estar. Assim, o conceito de Habitação se dá pelo local onde o homem se desenvolve e supre suas necessidades. É neste ambiente que o ser humano encontra condições básicas de sobrevivência, ou seja, é seu refúgio contra os eventuais problemas naturais (ventos, chuvas), etc. Engloba nossas certezas através dos usos, espaços e objetos que escolhemos, ou não, ter ao nosso redor, não se resumindo assim, apenas à moradia.
Exatamente sob esta linha de pensamento, que inúmeras indagações começaram a surgir, diante da situação caótica que as grandes cidades se encontram. Um dos temas mais repercutidos por arquitetos, engenheiros, agrônomos, higienistas, cidadãos etc., é a Questão Habitação e Assentamentos Humanos.

Favela Rocinha - Rio de Janeiro

Exemplo claro que está se alarmando cada vez mais ao longo dos anos, são as habitações que se desenvolvem de forma desordenada em áreas irregulares, sobretudo, em morros. Ou seja, as chamadas favelas.
A primeira definição de que se tem conhecimento sobre o termo favela, foi publicada no Vocabulary of the Flash Language  (Vocabulário da linguagem vulgar) de 1812, na qual o termo era sinônimo da palavra racket, “estelionato” ou “comércio criminoso”. É desta forma que o local é visto, pois, de certa forma, o que acontece neste espaço, contribui para a marginalidade. Entretanto, se ações sociais fossem realizadas, esse teor diminuiria, pois, afastaria as crianças desse meio que é tão mal visto por todos. As pessoas que vivem nesse local fazem uso de uma moradia precária, onde o saneamento básico, coleta de lixo, áreas verdes são totalmente inexistentes, além de o sistema viário ser precário, acarretando assim, uma qualidade de vida extremamente baixa.
Ao contrário do que se julga o habitante da favela, na sua maioria, é gente boa que trabalha ou quer trabalhar. Não deseja ser favelado. Ali foi residir com o desejo de melhorar suas condições de vida e, conseqüentemente, abandonar aquelas áreas definitivamente. Com grande sacrifício, diante deste desejo, cerca de 30 ou 40% adquire seu terreninho fora da favela, aguardando o dia de poder construir sua casa.
É notável nas favelas de São Paulo, que sua população é flutuante, pois seus moradores nelas permanecem por tempo determinado. Ao contrário, no Rio de Janeiro, está o favelado radicado nos morros tradicionalmente conhecidos, como a Rocinha.
O favelado iludido por falsas promessas, em busca de empregos procura os grandes centros. Há os aliciadores que prometem a todo trabalhador, grandes vantagens, mas ao tirar-lhe o último centavo larga-o nas ruas dos grandes centros, jogado à própria sorte. Quando se depara com a realidade, já é um morador de favela, como não tem dinheiro, não pode pagar casa, luz, etc. É explorado também dentro das próprias favelas, onde pequeno grupo passa a usá-lo cobrando aluguel do barraco e outros serviços como água. No entanto, o preço é sempre acima do normal.
O mais novo habitante passa a viver na mais profunda tristeza e promiscuidade, sem o mínimo de conforto e higiene, e passa a ser visto como uma ameaça para a sociedade. A verdade é que dentro das favelas existem os maus elementos, cabendo a polícia escorraçá-los. É lastimável que a parte boa do favelado, nem sempre é divulgada. Entra em cena então, a Globalização e a Pobreza, que classifica a favela como uma réplica de sistema falido, agravando ainda mais as desigualdades existentes e a exclusão social.
O exemplo acima retrata o contrário do que o Planejamento Urbano prega, ou seja, a urbanização se dá de forma irregular e desordenada, agravando a situação dos moradores, e conseqüentemente, da sociedade em si. A sua ausência, afeta profundamente as cidades originando os caos urbanísticos de tais fluxos migratórios.
No entanto, é nítido perceber que o Estado se mostra como algo “fora de hipótese” em relação a essas áreas, não enfrentam essas ocupações irregulares e não buscam alternativas para criar uma cidade igualitária, de forma que esta englobe fatores como: sustentabilidade, contínua, entre outros, mas, sobretudo, uma cidade para todos. 
Uma cidade para todos
Ressalto que o espaço urbano está degradado, cabendo a sociedade agir corretamente, procurando soluções e alternativas para uma cidade sustentável. Visando assim, o bem comum para a sociedade e o espaço que a rodeia.


  
  Universidade do Sul de Santa Catarina
  Arquitetura e Urbanismo - 4° semestre
  Camila da Silva                        2010/2

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