quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Condomínios Fechados e a Cidade Sustentável

Áreas extensas, urbanizadas, privadas e isoladas do seu entorno por muros, dirigidos principalmente para as altas classes sociais devido o seu alto custo, com total segurança, infra-estrutura e diversos outros serviços, onde as residências voltam-se para dentro e não para as ruas, esse é um breve conceito dos condomínios fechados que vêm gerando polêmica pela fragmentação social que o mesmo causa.
            Com a violência aumentando a cada dia, o medo torna-se um dos grandes motivos da procura por condomínios fechados, as pessoas querem se proteger e acabam se excluindo, mesmo que sem a consciência disso, promovem um isolamento em relação ao restante da sociedade. A segurança realmente existe nesses tipos de habitações, mas com um custo alto, e acaba sendo uma espécie de prisão para quem habita, com monitoramento 24 horas por dia.
Sem relação com o exterior, pois há desde mini-mercados a escolas infantis e lojas, o morador perde a convivência com o bairro e a cidade, pois geralmente os mesmos localizam-se distantes do centro, obrigando o uso do automóvel em todas as ocasiões. E essa distância força a implantação de infra-estrutura, para o beneficio apenas dos grandes empreendedores.
Na prática no Novo Urbanismo, cujo mesmo está sendo implantado em Pedra Branca, Santa Catarina, a integração das classes sociais é um dos aspectos mais importantes para esse movimento, onde também há a busca da qualidade de vida, porém com maior integração entre as pessoas, criando bairros com estrutura tradicional, tendo a rua como local de convivência, edificações mistas para diminuição do uso do automóvel, priorização do pedestre com melhorias na pavimentação e calçadas, entre outros benefícios. Essas melhorias mesmo que sendo idéias internacionais, podendo não se adaptar aos nossos costumes, nos confia à expectativa de melhor condição de vida para as diferentes classes sociais.
Essa prática tem relação com a idéia da Cidade Sustentável, porém uma cidade para ser sustentável precisa de muito mais requisitos, como preservação do patrimônio cultural juntamente com a preservação dos recursos naturais, planejamento urbano, melhoria nos transportes públicos, entre outros. No Brasil ainda não existe uma cidade sustentável, pois o crescimento é muito desordenado, no entanto as perspectivas aumentam com a criação da Lei Federal do Estatuto da Cidade onde os municípios com mais de vinte mil habitantes precisam implantar um plano diretor elaborado com a participação da comunidade.
A Lei do Estatuto da Cidade prevê uma série de benefícios para a organização das cidades, que se implantadas juntamente com a conscientização, o trabalho e a vontade dos governantes e da população, a Cidade Sustentável se tornará real, proporcionando qualidade de vida a todos.



Talita Fraga Rinaldi

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