quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Cidades Sustentáveis

          Devido as grandes problemas urbanos e ambientais do séculos XXI, muitos urbanistas e arquitetos, ambientalistas projetam ações que visam a melhoria dessas condições na atualidade e para as gerações futuras.
          O termo "sustentável" provém do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar). Segundo o Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas". O conceito de sustentabilidade começou a ser delineado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (United Nations Conference on the Human Environment - UNCHE), realizada em Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972, a primeira conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e a primeira grande reunião internacional para discutir as atividades humanas em relação ao meio ambiente.
          Muitos são os projetos e a iniciativas de criar uma “cidade sustentável”; que deve ter como premissas: crescer sem destruir, onde o crescimento das cidades em fatores positivos estão aliados a redução dos impactos ambientais; regulação do uso e ocupação do solo; promover mudanças de produção e consumo da cidade, reduzindo os custos e desperdícios; utilização de tecnologias sustentáveis; políticas de incentivo a reciclagem e reuso, etc.
          Arquitetos e urbanismo formulam conceitos e projetos para a resoluções dos problemas do urbanismo atual; Richard Rogers – arquiteto britânico, nascido em 23 de julho de 1933 – em seu livro “Cidades para um Pequeno Planeta” nos demonstra características e iniciativas para reformular as cidades atuais e inseri-las a um conceito de sustentabilidade e conforto para os dias atuais. Rogers, expõe a fragilidade do ecossistema atual diante da implantação irracional das tecnologias que o homem promove; critica o uso em massa do automóvel e defende a implantação de leis restritivas ao uso do mesmo; incentiva a liberdade do espaço público, multifuncionalidade, utilização de meios de transportes alternativos (ônibus, metrô, bicicleta); criação de cidade compactas, que evitariam a expansão desordenada nas áreas rurais e de preservação ambiental; as ruas e espaços coletivos devem ser de domínio da população, fazendo desses locais lugares de encontro, socialização. Em suma, Richard Rogers demonstra um conceito de cidade sustentável: A cidade sustentável é justa, criativa, exposta à experimentação, ecológica, de leitura fácil, diversificada, compacta e policêntrica; de estrutura flexível, que garanta comunicação expressiva e forte.
          O Novo Urbanismo é uma teoria urbana que deriva de vários conceitos históricos como as Cidades-Jardins e também propõe medidas que visem à melhor forma de projetar e ordenar o urbanismo das cidades atuais. Essa teoria defende a combinação de usos, heterogeinade declasses sociais, diversidade na construção e variedade arquitetônica e principalmente que o urbanismo e o plano diretor devem regular a arquitetura, para que a implantação das construções sejam implantadas de melhor maneira possível. O novo urbanismo tem como fundamento 10 princípios: facilidade para pedestres, conectividade, uso misto e diversidade, diversificação das moradias, qualidade do projeto arquitetônico e urbanístico, estrutura de um bairro tradicional, aumento da densidade, transporte público ambientalmente adequado, sustantabilidade e qualidade de vida.
          Jane Jacobs (05/1916 — 04/2006) foi uma escritora e jornalista muito atuante no urbanismo, principalmente em Nova York. Jacobs em todos seus estudos trabalhou sobre o tema da funcionalidade urbana, como por exemplo em seu livro “Morte e Vida nas Grandes Cidades. Criticou os princípios modernistas e principalmente os defensores da Renovação Urbana. Jacobs defendia o bairro urbano, composto pela diversidade de usos e funções; do uso das esquinas como locais marcantes e de encontro; da diversidade construtiva aliada a preservação dos prédios históricos; do uso das ruas e calçadas pelos pedestres; os locais públicos como parques, museus, praças.
          No panorama nacional, podemos encontrar algumas características das cidades sustentáveis na cidade de Curitiba – PR. Os conceitos de sustentabilidade foram aplicados na mobilidade urbano, na acessibilidade, conservação urbana, na implantação dos parques e praças, no paisagismo e áreas verdes.
          A mobilidade urbana é outro quesito a ser considerado na projeção das cidades sustentáveis, pois a mesma está diretamente ligada ao urbanismo e consequentemente com a funcionalidade urbana. Esta funcionalidade está vinculada a descentralização dos centros urbanos, tendo em vista diminuir as distâncias e consequentemente os deslocamentos. Se reduz também o uso do automóvel, dos congestionamentos, da poluição, etc. A mobilidade também visa a importância das vias paras os pedestres e ciclistas. A acessibilidade urbana deve ter ênfase no urbanismo atual e futuro, tornando a cidade acessível e fluída na circulação como um todo.
          Contudo, atualmente todos os estudos na área de urbanismo com foco na questão ambiental encontram “barreiras” na implantação. A sociedade hoje encontra-se fundamenta em um modelo de capitalismo progressivo e que não se observa as necessidades que o ecossistema atual necessita. Para tanto, deve-se agir em pequena escala, com pequenas ações em bairros, ONG’s educação ambiental afim de que a nova geração absorva a importância da sustentabilidade para a humanidade. Ressalta-se também a importância do conceito dessa questão aos novos urbanista e arquitetos, para que os mesmos desenvolvam projetos que não visem apenas o lucro e a monumentalidade, mas que tragam conceitos de conforto, preservação e acima de tudo que integração social e ambiental.
Ecocidade - Projeto de Jean Nouvel

As ruas verdes para pedestres e bicicletas – Proposta de Richard Rogers
 Thiago Bernardes.

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