terça-feira, 23 de novembro de 2010

MORFOLOGIA URBANA NAS CIDADES BRASILEIRAS


Observando-se as grandes mudanças ocorridas na cidade, arquitetos, urbanistas e profissionais ligados à área da psicologia começaram a desenvolver estudos mais aprofundados referentes à análise urbana e ao próprio desenho da cidade, a qual é considerada de supra importância tanto para a análise quanto ao desenvolvimento projetual adequado de novas áreas urbanas.   
            A origem do conceito de Morfologia Urbana pode ser atribuída aos geógrafos alemães e franceses no primeiro quarto do século, e depois, aos ingleses. Sua aplicação no campo do Urbanismo e Arquitetura podem, entretanto, ser identificada primeiramente na Itália, na área da preservação histórica. Surgiu a partir de um questionamento das atitudes modernistas em relação às cidades históricas e as relações sociais que as regem, sendo “inevitável que os pioneiros fossem os italianos devido a sua enorme herança urbanísticos e a continua evolução e adaptação de suas cidades”.
            Não conseguiu se concluir uma definição consensual para o termo, mas entende-se que o período morfológico é uma fase da história social e cultural que gera formas materiais distintas, devendo ser vista como “o estudo analítico da produção e modificação da forma urbana no tempo”. Dessa forma, estuda o tecido urbano e seus elementos construídos formadores através de sua evolução, transformações, inter-relações e os processos sociais que os geraram.
            Podemos observar que as cidades brasileiras são altamente espontâneas, quarteirões em sua maioria irregulares, sistema viário irregular e não lógico, e com ocupações por vezes irregulares, sobre tudo nas periferias. Se isto é algo notadamente negativo, de outro lado fatores como o uso misto e a densificação das zonas urbanas – como, por exemplo, a cidade de São Paulo com seu traçado completamente espontâneo, e Brasília com seu traço regular, porém “monótono”, são características proeminentes positivas da cidade brasileira.
Vista aérea da região Oeste da cidade de São Paulo -figura 1
Vista panorâmica de Brasília - figura 2
            Complementar à morfologia temos a paisagem urbana, que focaliza a integração visual versus meio ambiente, como as formas das edificações, não necessariamente um cenário arborizado e paisagístico, mas sim funcional, que proporcione benefícios de vida. A vegetação de modo geral tem sido de suma importância para melhor qualidade de vida, afinal com o crescimento desordenado das cidades, há a falta de um planejamento urbano contínuo e, tal programas paisagísticos, como arborização, que tem como principio proteger contra ventos, e ajudar a absorver parte dos raios solares.
            A especulação imobiliária também é um fator de extrema importância na morfologia: se alguém, ou uma grande industria compra uma grande parte de terreno, e deixa-o sem uso para que possa “valorizar” antes de vender, acaba gerando um crescimento desordenado nos traços das cidades, afinal o terreno que fica sendo valorizado, deixa de estar sendo utilizado. Nisso, devemos rever o plano diretor e o código de obra de cada município, para que haja um melhor aproveitamento do solo.
            As intervenções em áreas degradadas e de carência social também podem ser ligados á morfologia urbana das cidades, em vista que a cidade cresce de acordo com o crescimento de sua população, isso é fato, e nisso, a cidade necessita de espaços públicos, tanto para que os mesmos não sejam mal utilizados, e que possam ter um melhor aproveito para praças no qual interajam com a comunidade de modo geral, e que comece uma ligação entre a cidade e a favela.
Por fim, a morfologia urbana está em compreender a lógica de formação, evolução e transformação dos elementos urbanos e de suas inter-relações, a fim de possibilitar-nos a identificação de formas mais apropriadas, culturalmente e socialmente, para a intervenção na cidade existente e o desenho de novas áreas.

Priscila Mafioletti Tártari

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