Toda cidade deve passar por um planejamento urbano, seja na revitalização de alguma área que precisa de melhorias, seja na criação de uma nova área em determinada região. Esse processo é de suma importância no desenvolvimento de uma região, pois influencia em vários aspectos, seja econômico, social - proporcionando qualidade de vida à população -, ou estrutural. Na hora de planejar, é necessário pensar e imaginar diversas soluções para alguns problemas existentes nas cidades atuais, como: segurança - criminalidade e desastres ambientais -, transporte - vias que possam atender ao tráfego presente -, e meio-ambiente.
Cidades que possuem mau planejamento ou não possuem o mesmo, acabam crescendo desordenadamente, sem estrutura nenhuma e causando impactos ambientais e sociais. Um grande exemplo desse crescimento demográfico e desorganizado são as favelas, que atualmente estão presentes em diversas cidades.
A maioria das cidades brasileiras - assim como no mundo inteiro - cresceram de forma espontânea, causando conflitos no transporte, na formação dos quarteirões e nas moradias irregulares, intervindo diretamente na morfologia das cidades. Todo mapa de uma cidade representa esquematicamente os elementos fundamentais de sua morfologia: redes viárias, traçados das ruas, aspectos funcionais, áreas mistas, regiões de fluxo comercial, industrial, rural, enfim, todos os elementos que compõem uma cidade, que devido ao seu crescimento – demográfico e territorial – sofreram grandes transformações.
Através do estudo do tecido urbano, podemos analisar e identificar o núcleo central da cidade – que geralmente está ligado a todos os bairros e, muitas vezes são os principais geradores de emprego, e, conseqüentemente, fortemente ligados a economia – e as regiões periféricas – que são aquelas que ficam mais afastadas do centro -. Por conseguinte, estamos chegando a um ponto em que intervenções nos centros das cidades e intervenções em áreas degradadas e carência social começam a se fazer necessária e, mais que isso, se torna obrigatória.
Muitas áreas centrais das grandes cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, já estão sofrendo com os impactos causados pelo crescimento urbano. Começam a surgir novos centros alternativos – já que o principal já não suporta mais a demanda -, começando a ficar “esquecido”, tornando uma grande perda de infra-estrutura, desvalorização da região e aumento de criminalidade. Portanto, projetos de paisagismo e urbanismo, visando à implantação de área verde, parques e acessibilidade devem ser feitos.
Em uma cidade ou em um bairro sempre restam locais, que com o passar do tempo, foram “esquecidos” ou abandonados pela população ou pelos governantes. Apesar da variação de escala – de pequenos lotes a grandes áreas -, os problemas são de mesma importância. Podem se tornar locais para depósito de lixos, sendo locais propícios para a proliferação de doenças; locais de prostituição; e locais de ponto de drogas, como por exemplo, o bairro Santa Ifigênia, em São Paulo, mais conhecido como Cracolândia¹.
As áreas degradadas geralmente são encontradas na extensão da cidade, ou seja, longe do núcleo central, a chamada periferia, estando intimamente relacionada com a população de baixa renda e carência social. Os proprietários de imóveis que ficam sem utilização durante determinado tempo na expectativa de valorização do mesmo, contribuem para o crescimento desse aspecto negativo das cidades. Mas o principal e mais importante exemplo de área degradada seria as favelas, que crescem cada vez mais.
A revitalização deve conter a implantação de infra-estrutura necessária, com equipamentos urbanos que busquem chamar a comunidade, com parques, playground, quadras poliesportiva, projetos sociais, atividades culturais. No Rio de Janeiro já existe o programa “Favela-Bairro”², que tem o intuito de criar equipamentos que visam obter ganhos sociais, promovendo a integração e a transformação da favela em bairro.
Para que as cidades apresentem melhorias consideráveis, é imprescindível a conscientização popular e política, para que projetos e programas sociais sejam vistos na prática, melhorando assim a qualidade de vida da população de baixa renda.
¹ Já existe um estudo para revitalização dessa região, com propostas para recuperação de edifícios históricos, estabelecimento de equipamentos culturais, e intenção de atrair a fixação de residências de classe média.
² Criado pela prefeitura do Rio de Janeiro, para a integração urbanística e social entre os cariocas e para reverter o quadro de degradação urbana que acompanha as grandes metrópoles.
Aluna: Elisa de Quadros Soares de Oliveira N° matrícula: 66085
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